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Resumo do Projeto.
O parasita Leishmania é o causador da leishmaniose. Essa doença afeta
cerca de 12 milhões de pessoas, a maioria vivendo em países subdesenvolvidos.
É considerada um problema de saúde mundial pela O.M.S. (Organização Mundial
de Saúde). Os estudos bioquímicos e de biologia molecular podem ajudar no
entendimento da biologia do parasita e, assim, colaborar para o combate à
doença.
Os
objetivos do projeto foram identificar, clonar e expressar proteínas da fração
vesicular das formas promastigotas de Leishmania
major e Leishmania amazonensis. A
etapa inicial desse estudo consistiu no fracionamento das formas promastigotas
para o enriquecimento das amostras com a fração vesicular. Após a ruptura das
vesículas, as proteínas solúveis foram separadas por géis unidimensional e
bidimensional e analisadas por espectrometria de massa. ESI-MS/MS e MALDI-TOF/MS
foram usadas para identificação das proteínas através do mapeamento das
massas de peptídeos tripsínicos (“peptide mass fingerprint”, PMF). Essa técnica
possibilitou a análise de 74 “spots” de proteínas, resultando na
identificação de 28 deles.
A
identificação das proteínas presentes no extrato solúvel de vesículas
possibilitou a seleção de três, possivelmente secretadas, como alvos de
estudo para investigação de suas funções na biologia da Leishmania.
Foram selecionadas: a Nucleosídeo Difosfato Kinase b (NDKb), a Protease Calpaína-like
(CLP) e a Carboxipeptidase Termoestável (TCP). As seqüências codificadoras
foram obtidas por PCR de DNA genômico de L. major
e clonadas nos vetores pT7T3 e pET28a. As construções em pET28a foram
usadas para a expressão das proteínas em E. coli BL21(DE3)pLysS que
expressou duas proteínas solúveis, a NDK e a CLP, e uma insolúvel, a TCP. As
três proteínas tiveram bons níveis de expressão. As proteínas NDK e CLP
foram parcialmente purificadas por cromatografia de afinidade. As proteínas NDK
e TCP, expressadas em E. coli, tiveram sua identificação confirmada por
ESI-MS/MS.
Portanto, a estratégia aplicada nesse estudo,
baseada na caracterização do proteoma subcelular, demonstra que a biologia
molecular e a bioquímica podem contribuir para a elucidação de processos
envolvidos no mecanismo de invasão do hospedeiro pelo parasita e, conseqüentemente,
para o desenvolvimento de drogas ou estratégias de combate ao parasita.
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