Os Ephemeroptera constituem um dos mais importantes grupos da entomofauna aquática, ao lado de Plecoptera e Trichoptera (EPT), além de Chironomidae (Diptera). Ocorrem em uma ampla variedade de águas correntes e paradas, sendo a maior diversidade encontrada em rios de cabeceira, de segunda e terceira ordens e com fundo rochoso, e água oligotrófica e mesotrófica (Edmunds et al., 1976; Merritt & Cummins, 1996; Roldán-Pérez, 1988). Os Ephemeroptera são encontrados em todos os continentes, sendo ausentes apenas em algumas ilhas oceânicas, na Antártida e no extremo Ártico (Edmunds et al., 1976).

            A maior parte das ninfas de Ephemeroptera alimenta-se basicamente de material vegetal (algas unicelulares e coloniais do biofilme), e de detritos que incluem material vegetal alóctone (Edmunds et al.., 1976; Needham et al., 1935; Williams & Feltmate, 1992). Também fazem parte da dieta, fungos, bactérias e restos animais, sendo raras as espécies verdadeiramente carnívoras (Brittain, 1982; Campbell, 1985; McCafferty & Provonsha, 1986). Muitas espécies não se alimentam no primeiro estágio ninfal, sobrevivendo a partir de células intestinais vitelínicas (Brittain, 1982) e freqüentemente, o hábito alimentar varia durante o crescimento da ninfa (Merritt & Cummins, 1996).

Vários fatores influenciam o ciclo de vida, a distribuição temporal e espacial dos estágios imaturos e adultos de EPT. A influência de fatores bióticos e fatores abióticos, sejam físicos ou químicos sobre os organismos aquáticos tem sido bastante estudada (cf. Anderson & Cummins, 1979; Cummins et al., 1984;  Petersen & Eeckhaute, 1992).

No Brasil, estudos com Ephemeroptera em rios de ordem pequena e média foram desenvolvidos em várias regiões (Oliveira, Bispo & Sá, 1997; Moulton, 1999; Diniz, Oliveira & Silva, 1998). No sudeste brasileiro, incluindo regiões serranas, estudos foram iniciados, principalmente em Minas Gerais e São Paulo (Ferreira, 1990; Oliveira, 1988; Silva et al., 2001). Estudos de descrição da biologia de espécies foram recentemente feitos por Da Silva (1997) e Fonseca & Esteves (1999) com Callibaetis sp., Baetidae, e Campsurus sp., Polimitarcyidae, respectivamente.

Considerando o comportamento alimentar é esperado que as diferentes espécies de Ephemeroptera ocorram preferencialmente em trechos ou mesohabitats nos quais os recursos alimentares são mais facilmente obtidos. Assim, é esperado que táxons fragmentadores ocorram preferencialmente em trechos com maior cobertura vegetal e mesohabitats com maior acumulo de folhiço.

 

 

 

 

 

Como citar esta página:

Silva, R.M.L. Ephemeroptera. Atualização: Setembro 2006 (em construção). http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/epheindex In: Levantamento e biologia de Insecta e Oligochaeta aquáticos de sistemas lóticos do Estado de São Paulo, http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce

 

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