Chironomidae: situação taxonômica atual
A família Chironomidae é de distribuição mundial e é frequentemente o grupo mais abundante de insetos dulcícolas (Oliver 1971; Wiederholm 1989 e Pinder 1986). Embora haja algumas espécies terrestres, semi-terrestres e marinhas, a maioria vive em ambientes de água doce.
Embora se tenha uma grande quantidade de trabalhos envolvendo os quironomídeos, a maioria dos trabalhos reporta apenas o nível taxonômico de família ou subfamília (Pinder, 1989), o que é insuficiente para conclusões ecológicas ou taxonômicas.
A família Chironomidae, reunindo 11 subfamílias, compreende um total aproximando de 355 gêneros válidos (Ashe et al., 1987) e estimativas grosseiras elevam o número de morfoespécies para cifras variando de 10.000 a 25.000. Na região Neotropical são encontrados menos da metade dos gêneros relacionados para a família, porém alguns são restritos a esta região (Ichthyocladius, Physoneura e Goeldichironomus entre outros).
No Brasil ocorrem cinco subfamílias, todas elas representadas no Estado de São Paulo. São elas: Telmatogetoninae, Tanypodinae, Podonominae, Orthocladiinae e Chironominae.
A subfamília Telmatogetoninae é quase que exclusivamente marinha, sendo representada no Brasil pelos gêneros Telmatogeton e Thalassomyia, sendo que somente Thalassomyia foi coletado no Estado de São Paulo.
Os Tanypodinae são representados por vários gêneros, pertencentes às tribos Coelotanypodini, Macropelopiini, Pentaneurini, Procladiini e Tanypodini, todas encontradas no Estado de São Paulo (Trivinho-Strixino & Strixino, 1995). As larvas podem ser de predadoras a detritívoras, embora o hábito alimentar predador seja predominante.
Os Podonominae foram registrados pela primeira vez em 2004, no trabalho de Roque & Trivinho-Strixino, com a descrição de Podonomus pepinellii. Muito pouco ainda se sabe sobre os integrantes dessa subfamília no Brasil.
Na região Neotropical, a subfamília Orthocladiinae é representada por cerca de 30 gêneros, sendo que se apresenta nos mais variados ambientes, desde dulciaqüícolas até verdadeiramente terrestre ou marinho. As larvas podem ter hábitos alimentares muito diversos, de detritívoros de vida livre a ectoparasitos de outros insetos.
A subfamília Chironominae é representada por três tribos, Chironomini, Pseudochironomini e Tanytarsini, todas relatadas para o Estado de São Paulo, com cerca de 40 gêneros. As larvas geralmente vivem protegidas por casulos fixos ou carregáveis. Podem alimentar-se de algas, detritos ou até serem predadores e minadores.
A necessidade de novos trabalhos taxonômicos para a fauna brasileira é ressaltada desde a década de 80. Apesar do grande avanço feito na última década, ainda há muitas espécies aguardando ser descritas (Ashe, 1983, Reiss, 1988; Shimizu, 1981; Strixino & Strixino, 1995; Sanseverino & Nessimian, 1997).
Mendes, H. F. & Pinho, L. C. Diptera: Chironomidae. 2006. http://sites.ffclrp.usp.br
Sugestões, correções e críticas: Humberto Fonseca Mendes (hfmendes@usp.br ou humberto.mendes@bm.uib.no) ou Luiz Carlos de Pinho (luizcarlospinho@gmail.com ou chironomidae@usp.br)