LABORATÓRIO DE SISTEMÁTICA DE PLANTAS
Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto
Ensino
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Estudos sistemáticos e taxonômicos em Aquifoliaceae neotropicais: análise filogenética do complexo "Ilex dumosa Reissek" com a utilização de dados moleculares.
As filogenias tentam descrever o parentesco histórico entre os organismos, sendo a base, hoje em dia, para estudos biogeográficos e de entendimento de evolução de determinados caracteres. Para tentar reconstruir a filogenia de qualquer grupo, é necessária a identificação (ou a inferência) de homologias, que são grosso modo características que sejam equivalentes e que tenham sido herdadas de um ancestral comum. De maneira recíproca, estudos filogenéticos são instrumentos de detecção de homologias, além de terem o poder de inferir o grau de plasticidade evolutiva” de um determinado caráter (homoplasias, caracteres multiestados, etc.).
O uso de da metodologia cladística, com o uso de dados morfológicos e mais modernamente moleculares (notadamente aqueles provenientes de seqüenciamento de DNA) na reconstrução de filogenias teve um impacto profundo na sistemática, não só botânica, mas na zoologia e a de microorganismos. Ao uso desse tipo de dados foram somados avanços na computação (tanto na capacidade física dos computadores quanto nos programas), com a coordenação de conceitos como homologia, sinapomorfias e grupos monofiléticos. Um número incalculável de trabalhos tem sido produzido e publicado nos últimos 15-20 anos com base em dados morfológicos e moleculares, muitos especificamente na área de sistemática vegetal, alterando muito nossa visão da filogenia dos grupos vegetais.
Alguns aspectos do uso de dados moleculares na obtenção de filogenias são advogados como mais vantajosos do que o uso de dados morfológicos. Segundo Scotland et al. (2003) o número de caracteres potencialmente informativos em estudos moleculares é muitas vezes ordens de magnitude maior que os caracteres morfológicos, sendo as homologias (sítios equivalentes nas seqüências) mais facilmente identificadas, com um grau de subjetividade menor que na escolha de caracteres morfológicos, além de possibilitar a comparação de organismos muito distantes filogeneticamente. Entretanto, alguns autores advogam que é possível o uso de mais caracteres morfológicos do que os usados presentemente para a produção de filogenias mais acuradas (e.g. Poe & Wiens 2000). Análises combinadas dos dois tipos de dados (e de outras naturezas, se disponíveis), nas chamadas análises de evidência total também estão sendo mais e mais utilizadas, na tentativa de se produzir hipóteses filogenéticas mais robustas segundo um determinado critério.
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