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O Laboratório

O Laboratório de Biologia Reprodutiva de Ficus pertence ao Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP. O laboratório é coordenado pelo Prof. Rodrigo A. S. Pereira, onde são desenvolvidas suas atividades de pesquisa.

Organismos estudados

As figueiras – membros do gênero Ficus, família Moraceae (a mesma família da amora e da jaca) – são muito importantes para o funcionamento dos ecossistemas florestais tropicais. Essas plantas fornecem alimento para animais frugívoros, principalmente aves e morcegos, em períodos que outros tipos de alimentos são escassos. Além disso, as figueiras ajudam a regeneração da floresta, atraindo os dispersores de sementes e, assim, favorecendo a propagação de outras espécies vegetais dispersas por estes animais.

Muitas espécies de figueiras iniciam seu desenvolvimento sobre outras árvores. Essas figueiras são conhecidas por “mata-pau”, pois podem “estrangular” a árvore hospedeira. Isso acontece uma vez que as figueiras lançam suas raízes ao longo do tronco da árvore hospedeira até fixar-se no chão e, posteriormente, “abraçar” o tronco da árvore. Essa forma de desenvolvimento é conhecida como hemiepífito.

O modo de reprodução das figueiras é um dos mais particulares dentre as plantas. O figo é a estrutura reprodutiva, o qual se assemelha a um fruto, mas, na realidade, é uma inflorescência. Dentro do figo encontram-se minúsculas flores femininas e masculinas, que passam despercebidas à maioria das pessoas. Por se localizarem dentro do figo, a polinização só é possível por intermédio de minúsculas vespas denominadas “vespas de figo”. Esses pequenos animais, pouco maiores que uma cabeça de alfinete, entram por uma estreita abertura no figo, denominada ostíolo. Uma vez lá dentro, espalham o pólen que trouxeram depositado em seus corpos, polinizando as flores, garantindo a produção de sementes e a sobrevivência das figueiras.

As vespas de figo, por sua vez, dependem da figueira para se reproduzir. Seus ovos se desenvolvem apenas se forem depositados nos ovários de algumas das flores do figo. Assim, novas vespas nascerão e, carregadas de pólen, seguirão para outro figo, completando seu ciclo de vida. Desta forma, se estabelece uma relação mutualística obrigatória entre as figueiras e as vespas de figo.


 
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
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