Mini-curso 3 -
Morfologia da flor e das glândulas florais e seu impacto para outras áreas da Biologia
Responsáveis: Simone de Pádua Teixeira , Viviane Gonçalves Leite e Carimi Cortez Ribeiro
Descrição/Justificativa:
A flor caracteriza pelo menos 80% das espécies vegetais, o que significa 352,000 espécies
de angiospermas. A aquisição evolutiva de flores é uma das condições que levou à diversificação
rápida de angiospermas, provavelmente no início do Cretáceo, o que levou Darwin a considerá-la
um “mistério abominável”. Embora vários estudos indiquem que a idade das angiospermas é de
cerca de 140 a 250 Ma, os fósseis de flores mais antigos registrados não excedem 130 Ma. Assim
percebe-se uma grande dificuldade na representação da flor ancestral. O conceito de flor inclui um
ápice caulinar especializado ou um ramo lateral com entrenós encurtados e apêndices
provavelmente homólogos às folhas, modificados para funções envolvidas na reprodução, como
as sépalas, pétalas, estames e carpelos. A morfologia da flor deve ser bem compreendida, pois,
juntamente com os órgãos vegetativos da planta, ela compõe o esporófito, ou seja, a geração
assexuada no ciclo das angiospermas. A geração sexuada inclui apenas o grão de pólen e o saco
embrionário, denominados, respectivamente, gametófitos masculino e feminino. Os gametófitos
se desenvolvem no interior dos estames (anteras) e do carpelo (óvulo), órgãos florais considerados
equivocadamente como masculinos e femininos. Além de abrigar os gametófitos, a flor atua na
atração de animais polinizadores (espécies zoófilas), na recepção do grão de pólen pelo estigma e
no direcionamento do tubo polínico pelo estilete até o óvulo e, então, ao saco embrionário. A
atração de polinizadores, na maioria das vezes, envolve a presença de estruturas secretoras de
metabólitos especiais, que podem sensibilizar o olfato (glândulas de odor) ou o paladar (nectários,
elaióforos e estruturas secretoras de resina) dos animais. Tais estruturas são conceituadas como
células ou tecidos que produzem, armazenam e/ou liberam os próprios metabólitos, responsáveis
pela interação da planta com outros seres vivos. Na flor, são pouco estudadas, embora tenham sido
registradas em todos os órgãos da planta. Os estudos que incluem a flor são diversos e vão desde
a macromorfologia à expressão de genes. Os impactos dos dados gerados por estes estudos podem
facilmente ser observados em áreas como a Sistemática, a Biologia Evolutiva e a Ecologia.
Objetivos:
- Apresentar o conceito de flor com suas controvérsias, seus aspectos morfo-funcionais, com
ênfase nas estruturas secretoras florais;
- Os principais impactos do estudo morfológico da flor em
áreas afins da Biologia, bem como publicações recentes sobre o tema, serão abordados e
discutidos;
- Atividades práticas serão ministradas a fim de facilitar a compreensão dos diversos
conceitos aplicados à flor;